O Brasil Imperialista

Tenho a impressão de que já vi esse filme antes, só que com outro elenco. Podem apostar, a palavra de ordem na terra de Evo Morales é abaixo o imperialismo brasileiro: militante esquerdista de lá, por hora, não bebe Guaraná Antarctica, não torce pela seleção canarinho, não usa Conectiva Linux nem anda de Gurgel (neste caso, duvido inclusive que por aqui alguém ainda ande).

Só para explicar um pouco do que se trata a tal da crise, basicamente Evo Morales se elegeu na Bolívia com o velho discurso nacionalista de defender os interesses do país, o que incluiria a estatização das empresas que exploram o gás boliviano, como a brasileira Petrobras. O presidente eleito, em visita pelo Brasil (13/01/2006), suavizou o discurso e disse que não é bem assim. O resumo do que acabou acertado – ao menos com o governo brasileiro – foi o seguinte:

"Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, ficou claro que o novo presidente [da Bolívia] não irá quebrar contratos, não irá expulsar empresas, e está disposto a negociar. Gabrielli destacou que Morales pretende buscar nos investidores 'sócios ou parceiros, e não patrões', a fim de que esses investidores possam contribuir para o desenvolvimento econômico e social da Bolívia. 'Não acredito que nenhuma empresa petroleira vá sair da Bolívia', disse. [...] Mesmo deixando claro que o país tem o "direito de exercer o direito de propriedade sobre os seus recursos naturais", o líder cocaleiro, que assumirá a presidência da Bolívia no próximo dia 22, fez questão de destacar a importância de uma parceria com a estatal brasileira."

Fonte: Folha de S.Paulo